Ismael
é estudante de Letras da UCS Carvi, e bolsista do Pibid (Projeto de Iniciação à
Docência) na Escola Mestre Santa Bárbara. Trabalhou em diversas peças e curta
metragens, entre elas Parasitas do Lodo. Ismael
foi o responsável pelas peças apresentadas no Sarau Literário da Escola Mestre,
que ocorreu na Casa das Artes entre os dias 24 e 25 de setembro.
Ø Você poderia contar um pouco da sua
história no teatro?
Iniciei
minha trajetória no teatro no grupo “Sinagoga e os Poetas da Praça Zen”, grupo
multiartístico, de Bento Gonçalves, que trabalhava com a fusão de música,
declamação de poesias e encenação. Fiz alguns cursos em Caxias do Sul e Porto
Alegre. Posteriormente, fui a São Paulo, e me formei ator, trabalhando em
diversas peças e provando da experiência de vivenciar o teatro dia a dia,
percurso esse, que me trouxe subsídios para o trabalho realizado com os alunos
da escola Mestre Santa Bárbara. Referente à literatura, sempre foi presente em
minha vida, interesse despertado na escola. Meu último trabalho profissional foi
em cinema, no curta metragem, “Parasitas do Lodo”, de 2013, disponível no Youtube.
Ø Quais eram as expectativas em relação
aos alunos?
Creio
que as conversas entre os participantes do Pibid e a escola, buscando estratégias para o desenvolvimento do trabalho, foram
fundamentais para “alimentar” as expectativas em relação aos alunos. Pensar e
elaborar projetando o sucesso do trabalho é essencial. Penso que projetar o
futuro é o estopim para se dar o primeiro. É pensar lá na frente o que nos move
no presente instante. Depois, procurei passar a minha confiança e a segurança
aos alunos, de que tudo ocorreria bem. A partir disso, comecei a pensar em
expectativas. Os alunos foram acolhedores no que diz respeito à proposta de
trabalho. Sempre acreditei que dariam conta.
Ø Como foi o trabalho de “lapidar” alunos
que nunca tiveram contato com a arte cênica?
Começamos, estrategicamente, buscando
conhecer um pouco dos alunos-atores. Trabalhamos com jogos teatrais e de improvisação,
afinal, improvisar nos impulsiona
a externar, de forma espontânea, sentimentos, pensamentos e ações. As
crônicas bem humoradas de Luis Fernando Verissimo nos serviram como texto de
apoio para as improvisações. “Lapidar”, não foi um trabalho só meu, mas também
dos próprios alunos, no momento em que se percebiam em cena e analisavam a
atuação dos colegas. O que foi perceptível é que cada aluno tem seu tempo para
assimilar as ideias.
Ø O desenvolvimento deles foi
satisfatório?
A apresentação das peças foi satisfatória,
porque puseram no palco o que trabalharam na oficina. Não posso cobrar que tenham resultado similar ao aluno
que procura, por conta própria, visando profissionalizar-se, um curso
profissionalizante de teatro, que
tenham atuação profissional. São alunos e dentro do fazer teatro, mais que uma
boa atuação no palco, têm-se outros ganhos, como: aprende-se a ter
responsabilidades, pontualidade e o exercício da coletividade. Cada um sabe o quanto se esforçou. Deixo essa
pergunta também a eles.
Ø Qual foi seu maior medo quando assumiu
a responsabilidade de fazer a apresentação na Casa das Artes?
Montar um espetáculo exige um empenho
que vai além da atuação. Empenha-se também com: figurino, cenário, maquiagem,
entre outras coisas. A organização para a execução é fundamental. Esse era meu
maior medo, mas os alunos, os professores e a direção foram eficientes.
Ø Vocês conseguiram transmitir o que
gostariam?
Sim. O importante era poder contar de
forma clara as histórias das peças.
Ø Mais ações serão desenvolvidas com o
grupo de teatro?
Sim. A próxima oficina trabalhará com stand up. Vai ser muito divertido. As
propostas de jogos e dinâmicas para a oficina estão muito legais.
Ø A sensação de dirigir uma peça é a
mesma de atuar?
A sensação é a mesma: agradável, por se
estar trabalhando com teatro, mas as funções são bem distintas. O diretor é um
observador, uma criança montando um quebra-cabeça: o ator tem que fazer da
personagem que interpreta “a peça bem desenhada”, para o jogo, para a imagem, para
o encaixe e para o entendimento do quebra-cabeça pensado pelo diretor.
Ø Qual a importância do teatro para nossa
sociedade?
O teatro transmite valores, passa por
momentos da história, visita épocas e costumes, critica, lida com o passado,
presente e futuro, do mundo e do ser humano, tenta explicá-lo e entendê-lo ao
mesmo tempo, além de nos levar a outros mundos. “Caixa preta” (teatro) que, ao
sentarmos em uma cadeira, nos permite ver a vida esmiuçada, leva-nos ao riso, ao
choro, à reflexão, ao espanto e a tantas outras sensações.
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