sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

VAMOS FUGIR...
(por Natacha De Carli)
   Nascemos para o mundo, para a estrada, para o horizonte. Não queremos a monotonia, queremos luzes multicoloridas, queremos viver tudo o que a vida tem a nos oferecer. Queremos ver o pôr do sol do outro lado do planeta, queremos o caos da cidade, a plenitude do campo, queremos tudo ao mesmo tempo. 
   Para nós, o mundo não se resume ao que temos, mas sim ao que ainda não conhecemos. Pois não ficamos satisfeitos com o pequeno mundinho a nossa volta, queremos mais, muito mais que isso. Queremos viajar. São nossas viagens que nos fazem ser o que somos, é através delas que nos conhecemos. Viajar nos faz ver o quão pequenos são os nossos problemas em relação à imensidão do mundo a nossa volta, vemos que ainda temos tanto a aprender, tantas pessoas a conhecer, que temos muitos e muitos quilômetros para viver. 
   E as viagens não se restringem somente ao mundo físico, viajar pode ser o simples fato de ler um livro e perceber que naquela história há outro mundo, é viajar pela vida de outras pessoas, porque não ficamos satisfeitos somente com nossas vidas, lemos porque queremos embarcar em outra vida e esquecer de nós mesmos de vez em quando. 
   Viajamos até nos perdermos, bagunçamos nossa vida ao máximo, e percebemos que é nessa bagunça que nos encontramos. Corremos, e corremos e corremos, queremos abraçar o mundo. Tropeçamos muitas vezes, passamos por diversas curvas, buscamos por nós mesmos, mas chega um ponto em que rasgamos o mapa, não queremos nada, não sabemos o que queremos, mas o que não queremos, é que essa viagem termine. Não temos um destino, nosso destino é a estrada. Não temos medo do mundo, porque é a nossa casa. Somos cidadãos do mundo. Temos uma mochila repleta de sonhos. Nas quatro estações do ano estaremos dispostos a viver; sonhamos com o verão da Califórnia, com o inverno de Londres, o outono de Nova Iorque e com a primavera do mundo!
   E o melhor, o melhor de tudo, é saber que sempre vamos ter para onde voltar, que teremos alguém nos esperando, de braços abertos e repletos de saudades. 
   E, claro, teremos nossas histórias para contar.